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Tradições familiares em alta...

postado por: Edna Lima

 É natal, que tal reunir a familia?!?
                                                          
                                                                    
Em épocas de festividades ficam mais evidentes os costumes e os rituais. Ciclos que se repetem e demarcam quais são as tradições de nossa família. A ceia de Natal, a troca de ovos de Páscoa, a comemoração do aniversário... A cada ano certas cenas nos apontam que ali há algo de especial. Mas se nos atentarmos, existe uma série de atos cotidianos também plenos de significado que acabam despercebidos.
Lembro que quando criança achava o máximo dormir na casa de um de meus tios, porque ele sempre acordava antes de todos, comprava o pão fresquinho e colocava à mesa do café. Ao levantarmos ele talvez não estivesse mais em casa, estaria já trabalhando, mas ali estava a marca de sua atenção. Não sei se o restante ao redor via assim, mas para mim aquele gesto era sensacional! Entrar na casa de outra tia querida e sempre encontrá-la sentada no mesmo sofá, dando aquele mesmo sorriso também tinha um sentido de tradição que aquecia nossos corações. "Ela sempre estará lá", essa era a nossa sensação. E mesmo que hoje ela não esteja mais ao sofá, que não esteja mais entre nós, em nosso coração fica sua imagem, seu sorriso, seu gesto de se levantar para dar um abraço e a sensação de que ela permanece em nós. A delícia de lanchar um pão com mortadela, de rir das mesmas piadas, de compartilhar um sofá apertado. Esses pequenos registros que nos mostram a beleza do cotidiano, a sutileza do carinho, dos vínculos de amor.

                                                                                                                                           

De geração para geração

Em datas comemorativas também podemos sentir o especial que se revela para além de gestos prontos e definidos socialmente. Outra lembrança me vem: minha avó que sempre canta a música inteira "parabéns a você" para o aniversariante do dia. Não, ela não espera o momento de estar de frente para o bolo ou as velinhas. Ela canta, solo, sem acompanhamentos! Seja ao telefonar para aquele que está a longa distância, seja ao abraçar de manhã com um largo sorriso. Fica evidente que ao beirar quase um século de vida, para ela aquele momento é rico de sentido e denota a graça de estar mais um ano com as pessoas queridas. Essa é sua marca pessoal e podemos fazer dela um costume que passando de geração a geração fará com que ela permaneça viva em nós.
As tradições familiares podem ser encaradas como mera repetição ou entendidas em suas nuances de carinho e vontade de passar um ensinamento às próximas gerações. Em um mundo em que cada vez mais somos escravos do tempo e somos convidados ao mais restrito individualismo, parece mais difícil ir ao encontro do outro, ouvir com interesse as suas histórias, sentar para compartilhar uma refeição.

                                                                                                                                               
Marcas registradas de cada um 

Pense nos ritos e costumes de suas origens. Quantos deles são carregados de significado para você? Quantos desses significados você consegue apreender e vivenciar? Sim, porque podemos simplesmente perder a chance de captar o instante, perder a riqueza por trás do gesto. Mais que assar o peru de natal porque é assim que tem que ser, importa o amor que se imprime na ação de escolher o alimento que possa alimentar a mais pessoas que me são caras, pensar no sabor que possa gerar mais satisfação, preparar a mesa para receber. A beleza que antecede e acompanha o gesto vale mais do que o vinho ter vindo do sul ou do norte da França, o quão nova é a decoração da sala de estar, quanto se gastou nos enfeites da árvore de natal. Talvez o vinho seja daqueles comprados em mercearia, mas a conversa é tão agradável que um copo de água já seria o suficiente para um simples "molhar a palavra", como dizem alguns. A acolhida pode ser tão aconchegante que ninguém se importará em ver alguns arranhões no canto do sofá feitos pelas crianças ou pelo gato ronronador. A intenção de tornar a casa agradável é mais significativa do que onde, a quantidade e de que maneira se dispôs os enfeites. Quem sabe seria mais pessoal e acolhedor preparar os próprios enfeites deixando a marca registrada de cada um?
Devemos valorizar mais a afeição que embrulha cada gesto que ganhamos de presente ao longo da caminhada. Precisamos reconhecer cada elemento que faz das pessoas que passam pela nossa vida seres especiais.
Mais agradável é a alegria de reunir, mais belo é o ato de receber com carinho, mais amoroso é aceitar o outro como ele é.

                                                       Feliz Natal! Hó! Hó! Hó!

                                                                                                                                                     
                                                                                         Bjim! Edna.




1 comentários:

Vivi Tassi disse...

Edna, feliz Natal, cheio de paz, e união. Compartilhe com os que vc ama suas alegrias e vitórias, isso é o mais importante.

Bjão