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Antes tarde do que nunca... Minha homenagem a Eliana Tranchesi

postado por: Edna Lima

Olá meninas (os),
 

Na manhã do dia 25 sexta-feira, acordamos com a triste notícia da morte de Eliana Tranchesi a fundadora da Daslu, mãe das queridas Luciana e Marcela a quem carinhosamente chamamos de Lu e Ma, fiquei com o coração apertado ao saber, mas infelizmente naquele dia por motivos alheios a minha vontade não pude fazer esse post, pois como blogueira de moda diariamente entro no blog da Lu, e nesse mundo virtual é como se a conhecêssemos pessoalmente, e queria deixar meu carinho a essas meninas que aprendemos a admirar e a amar e confesso a vocês que não gostei nem um pouco do enfoque que a empresa deu a morte de Eliana, pois quem nesse país não sonega impostos? 


As filhas, Lu, Ma e a sobrinha Heleninhas (Donas e sócias da 284)
 
No dia 13/01, Eliana esteve hospitalizada e ao receber alta postou essa mensagem no blog da Lu, agradecendo as leitoras da filha pelas mensagens de carinho, leiam:

Agradecimento, por Eliana Tranchesi

Queridas e queridos,

Fiquei  muito feliz com tantos comentários fofos de vocês a respeito do ultimo post da Lu.
Obrigada pelo imenso carinho!
As coisas que acontecem na nossa vida nem sempre  são todas repletas de glamour.
Mas todas são importantes.
Algumas, as que passamos com mais dificuldade são importantes para crescermos espiritualmente, enquanto outras para sermos plenamente felizes, nos fazendo dar valor a tudo de maravilhoso que Deus nos oferece na vida.
Mas é nessa batalha diária (batalha da vida entre o bem e o mal) que vamos nos formando e aproveitando ao máximo o milagre da vida em todos os momentos, (tanto os de ansiedade,quanto os  de tristezas ou alegrias).
Sempre acreditei que o bem venceria todas as batalhas na minha vida.
Em todas elas aprendi muito.
Como muitos de vocês já devem saber,  há 5 anos, um ano depois da Operação da Policia Federal na Daslu, fui diagnostica com um tumor no pulmão e desde então luto contra a doença.
São batalhas as vezes vencidas por mim e outras vezes por ela.
No último final de semana fui diagnosticada com uma pneumonia no pulmão direito.
Vim para o hospital e a partir de domingo tive  reações muito fortes de efeitos colaterais de um antibiótico que tomei.
É um tipo de  reação muito rara, somente 0,01% das pessoas a tem.
Fui uma delas.
Tive um tremendo reverterio e  pela primeira vez na minha vida não vi luz no meu presente,nem alegrias no meu passado e nem esperanças no futuro.
Me sentia como se eu tivesse um filtro  negro nos meus olhos, só me  fazendo enxergar  tristezas que vivi.
Vivi por 3 dias um presente sem alegrias.
Nada a ver com nada dos meus dias e nada a ver com minha personalidade guerreira e positiva.
Sempre vivi com muita alegria e intensidade todos os meus dias,tive sempre boas lembranças de momentos maravilhosos que vivi e mais do que tudo sempre acreditei que o futuro seria bom, onde tudo se acertaria da melhor forma, com a imensa luz de Deus iluminando os caminhos das pessoas que amo, assim como os meus.
Não posso dizer que não tive problemas sérios na vida, ao contrario, tive muitos e muito importantes e decisivos, mas sempre lutei com determinação e  esperanças para tentar resolve-los.
Esses últimos dias foram  de aprendizado, pois pude sentir por 3 dias o que muita gente passa toda a vida sentindo, como se estivesse num túnel sem saída.
Pouco a pouco  os efeitos passaram e voltei a ser eu mesma, a Eliana de sempre, feliz com os momentos presentes, com lembranças de  momentos maravilhosos que vivi e com muita esperança no futuro!
Essa experiência valeu, como tudo que passamos que é prazeroso
 ou difícil.
E é exatamente por isso que cada minuto da nossa vida vale a pena.
Muitos beijos!!
E mais uma vez obrigada pelo carinho!
Eliana

 
Eliana com o filho Bernadinho
                                                                            
 Ninguém é só ruim ou só bom ninguém faz tudo certo ou tudo errado. Somos uma mistura por vezes bem incoerente de pensamentos, sentimentos e atitudes. Só quando se chega ao fim da linha é que dá pra fazer, olhando pra trás, um balanço de quem realmente fomos nessa vida. Mesmo assim é difícil, pois a verdade tem muitas versões e poucas pessoas sabem tudo a respeito de alguém. 
Sei que para muitos ela será lembrada como a mulher que foi pega, julgada e condenada. Outros lembrarão mais da mulher vencedora, da empresária que fez toda a diferença no mercado de luxo desse país. Aprovada ou reprovada ela não veio ao mundo a passeio. Viveu pouco, mas deixou a sua marca fortemente registrada. Uma história nem linda nem feia, mas, com certeza, emocionante, intensa e inesquecível. Em minha humilde opinião, a moda brasileira perdeu muito com a morte dessa mulher guerreira, mãe extremosa, que deixa três filhos lindos, Luciana, Marcela e Bernardo. Que Deus conforte o coração dessa família.

Abaixo, personalidades ligadas à moda e à Daslu repercutem a notícia.

Daniela Falcão
, diretora de redação da Vogue
“A Eliana era uma figura gigantesca, dessas literalmente maiores que a vida. Por isso mesmo, a notícia de sua morte, ainda que não exatamente uma surpresa dado o frágil estado de saúde em que se encontrava e a enorme batalha que travou, é um choque enorme. A Daslu é uma grande família, que acaba de perder dua matriarca. Nós da Vogue devemos muito a ela por tudo o que a Daslu representou e representa para a moda brasileira. Ela provou que o Brasil era possível enquanto mercado de alta moda, estabeleceu hoje o tão incensado padrão de serviços nacional, nos encheu de autoestima, em um legítimo ‘yes we can’ fashion. Sua falta será muito sentida, mas a maior e melhor lição já nos foi dada. Obrigada, Eliana.”

Costanza Pascolato, consultora de moda e colunista da Vogue

“Eliana sempre foi muito gentil e tenho o maior respeito por ela. Ela inventou o varejo de moda de luxo no Brasil e foi agregando marcas de fora. Ela não só escolhia as grifes, como fazia a edição certa de produtos para o público brasileiro, o qual ela conhecia profundamente. Foi líder de um mercado de atendimento absolutamente luxuoso, que todos que entrassem na Daslu podiam usufruir. Ela escolhia as pessoas certas, as instruía de uma forma precisa; era onipresente, fazia reuniões diárias. Ela foi mais do que extraordinária”,

Mario Mendes, editor chefe da revista da Daslu por onze anos e atual editor de artes e espetáculos da revista Veja
“Eliana foi uma das pessoas mais brilhantes com quem trabalhei. Era empreendedora, cheia de ideias, conhecia o público dela, seu negócio e isso explica seu sucesso. Ela colocou o Brasil no mapa mundi fashion. A Eliana mostrou o caminho para todas as grifes estrangeiras que estão hoje no Brasil. Ela se comprometeu com o mercado. Agradeço pela liberdade de trabalho que ela me deu.”

J.R. Duran, fotógrafo
“Eliana era uma pessoa radiante. Para ela, nada era impossível de ser realizado. Fiz grande trabalhos com Eliana: fotografei edições inteiras da revista Daslu na Índia, África e Espanha. Foram momentos incríveis.”

Bruno Astuto, colunista da Vogue e da revista Época
“Sem nunca ter pregado um botão ou desenhado um único croqui, Eliana foi o maior nome da moda brasileira. Com a Daslu, trouxe as primeiras grifes internacionais para o país e tornou a marca fundada por sua mãe em 1958 a mais famosa do mercado nacional. Exportou-a para diversas multimarcas espalhadas por quatro continentes, apresentou o lifestyle brasileiro a um sem-número de editores de moda cujo conhecimento do Brasil se limitava a samba e caipirinha e aproveitou o ensejo para apresentar a eles o melhor do nosso design e da nossa moda. Se você fala em futebol, os gringos respondem Pelé; se fala de arquitetura, vem Niemeyer; se fala de música, vem Tom Jobim. E, se fala de moda brasileira, eles têm na ponta da língua: Daslu.”

Martinha de Souza Queiroz, da Daslu
“Trabalhei por quase 20 anos com a Eliana na Daslu. Hoje chego a um lugar como este [o velório] e encontro absolutamente todas as pessoas com quem convivi por uma vida, muitas que estão trabalhando em outro lugar agora. Pra mim, isso representa o que era a Eliana. Foi ela quem criou isso tudo.”

Zulaiê Cobra, advogada
“Eliana era uma mulher vitoriosa e seu câncer veio em função dos desastres que passaram em sua vida. Quando ela foi presa, fiquei muito triste. Estava em Brasília, era deputada na época, e pedi para os meus assessores a visitarem na Polícia Federal. Suas duas prisões foram completamente injustas.”

Patrícia Ramalho, consultora de moda e imagem da Daslu que cuidou da comunicação da marca entre 1999 e 2009
“Eliana era uma detalhista, perfeccionista. Para ela, nunca nada estava bom, o que nos levava adiante. Ela era uma visionária: o mercado de luxo tão falado atualmente, era uma coisa natural para ela anos atrás. Eliana era uma mãe, companheira, muito dedicada ao trabalho. Ela criou uma tribo; todos que trabalharam na Daslu seguem conectados.”

Ricardo Almeida, estilista, que teve uma loja dentro da Daslu Homem
“Eliana continuou a história de um negócio montado pela mãe dela ao lado da tia. E ampliou muito esse negócio cuidando sempre de tudo de perto: do que estava na revista até a Daslu enquanto marca, depois a Daslu masculina… Até dos funcionários dela ela cuidava, montou uma creche para os filhos deles. E essa história ela fez tanto dentro quanto fora do Brasil, onde era recebida e recebia as pessoas muito bem, tanto é que foi responsável por trazer marcas importantes para o país.”

Gloria Coelho
, estilista
“Conheci Eliana no início da década de 80. Na época, vendia minhas peças para a mãe dela [Lucia Piva de Albuquerque]. Acho uma perda muito grande; Eliana era visionária, enriqueceu o mercado de moda brasileiro. Quando estava com ela, ríamos o tempo todo. Eliana era muito positiva e agradável; uma pessoa boa e especial.”

Nizan Guanaes, empresário
“Eliana era uma grande empreendedora que construiu uma marca original, de uma maneira extraordinária.”

Sandro Barros, estilista
“Se sou um estilista que está abrindo seu ateliê e com uma grande clientela, se posso exercer a profissão que escolhi, é por causa da Eliana. Quando a encontrei  para conversar sobre uma vaga na Daslu, ela me deu um abraço e disse que o emprego era meu, antes de ver qualquer croqui que havia desenhado. Sou muito grata a ela. Eliana me ensinou tudo o que sei sobre bom gosto. Era uma pessoa tão especial que foi até na minha saída da Daslu foi generosa.”

Paulo Lima, fundador da editora Trip
“Vou lembrar sempre da Eliana como uma pessoa que tinha algo que acho fundamental e inegociável na vida: humor. Pouca gente conhecia e tinha acesso a esse lado da personalidade dela. Ela sabia brincar com ela mesma e se divertir sempre. E, ao mesmo tempo em que trabalhava e atuava com muita dedicação e seriedade, sabia não se levar a sério demais nas horas certas. Nossas reuniões tinham invariavelmente momentos de muita diversão. De alegria mesmo. Pensarei nela sempre como uma amiga que se foi cedo demais. Também, claro, com respeito e gratidão à pessoa que, antes de muitos profissionais de comunicação ou marketing, soube enxergar na Trip, em 1999, os aliados que poderiam ajudá-la a continuar a construção de um trabalho firme e absolutamente ímpar. Paz para ela, para a família e para todos nós.”
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Donata Meirelles, diretora de estilo da Vogue, foi diretora da Daslu por quase 20 anos
“A Vogue me pediu para fazer uma homenagem, um parágrafo sobre Eliana Tranchesi. Comecei a escrever e, quando vi, já tinha sete páginas e ainda nem estava no começo de nossa história. Em muitos momentos parei, chorei, risquei, tentei voltar e vi que era impossível… Então mando hoje só essa: a moda perde hoje uma grande mulher e eu, uma grande amiga, uma irmã! Mais de 23 anos juntas. Hoje, um pedaço do meu coração ficou enterrado no imenso gramado do Cemitério do Morumbi, imenso como Eliana Tranchesi. Mas saio com a certeza de que todas as lições de trabalho, luta, perseverança e, principalmente, AMOR saem daquele gramado ainda mais forte. E um sentimento de eterno agradecimento… Obrigada Eliana por eu ser a Donata.”


Texto e imagens: Reprodução

Descanse em paz Eliana, meu Deus, traga conforto ao coração desses filhos e de toda família.



Fiquem com Deus.


 
                                                            




4 comentários:

Tatty disse...

Que linda a sua homenagem amiga!
Ninguém é perfeito msm e é fácil julgar pra quem está de fora!
Tbm acho que o Brasil perdeu uma grande mulher e peço a Deus que conforte o coração de seus filhos e amigos!

Bjs, Tatty

http://www.suspirofashion.com

Betty Gaeta disse...

Oi Edna,
Parabéns pelo post. Ficou belíssimo! A Eliana merece todo o respeito das pessoas ligadas à moda, como nós.
Beijos 1000 e uma semana maravilhosa para vc.

SORTEIO!
http://www.gosto-disto.com/2012/02/sorteio-2-anos-do-blog-giveway-2-years.html

Oficina Chic disse...

Uma perda triste, que a família consiga se recuperar e ser forte. Ela foi um marca para nossa moda!
Bjos, Gabi

ÉPOCA BOUTIQUE disse...

R.I.P
Bela homenagem, admiro pioneirismo especialmente quando parte das mulheres...
Bjãoooo

www.epocaboutique.com.br